Ranking da consultoria Interbrand elegeu as marcas globais mais valiosas do mundo. Nenhuma brasileira está na lista
Coca-Cola segue na liderança das marcas mais valiosas do mundo
Vale e Petrobras são fortes candidatas a entrar no ranking por conta da atuação em outros países, porém, as duas companhias são pouco conhecidas fora de suas atividades
"A Apple aumentou seu valor de marca em 58% e pela primeira vez se encontra entre as 10 maiores", destaca o diretor da Interbrand do Brasil, Alejandro Pinedo.Além de Apple, a Amazon.com (26°), Google (4º) e Samsung (17°) são as quatro empresas que mais subiram posições no ranking. Uma das poucas novatas é a HTC (98°), fabricante de aparelhos móveis. "O setor é extremamente valorizado. Entretanto, algumas empresas de tecnologia enfrentam grandes problemas", disse Pinedo, citando como exemplo a Nokia, que caiu da 8ª para a 14ª posição, após enfrentar forte concorrência em smartphones. "A expectativa é que a parceria entre a Nokia e a Microsoft ajude a companhia a virar o jogo neste segmento", afirmou o executivo, citando que nesta edição do ranking o valor de marca da Nokia foi o que mais caiu,15%, passando de 29,495 bilhões de dólares para 25,071 bilhões de dólares.
Automotivo – Pinedo lembra ainda que o último ano foi marcado por uma melhora nos mercados, depois da crise de 2008, que acabou abalando o desempenho das companhias também em 2009. A melhora do humor no ano passado, segundo ele, contribuiu para o ressurgimento da indústria automotiva norte-americana e a alta demanda por carros na China. Dessa forma, a Toyota (11°) mantém sua posição como a maior marca automotiva no estudo. E como novidade, a Interbrand informa que a Nissan Motor, a segunda maior fabricante de veículos do Japão e ausente das Melhores Marcas Globais desde 2007, retornou ao ranking agora, na 90ª posição.
A próxima edição do ranking deve apresentar reflexos do cenário de turbulências nos mercados da Europa e Estados Unidos. No entanto, como ressalta Pinedo, para uma marca permanecer na lista das mais valiosas é importante "manter a consistência, relevância e comprometimento, especialmente em época de mudanças". Conforme o levantamento, o mercado financeiro é um dos que continua lutando para manter o valor das marcas após a crise econômica de 2008. Citi (42°), Barclays (79°), Credit Suisse (82°) e UBS (92°) viram uma pequena diminuição no valor de suas marcas nesta edição. Porém, algumas instituições financeiras com sede na Europa registraram crescimento de 5% ou mais no último ano, como o suíço Zurich (em 94°) e o espanhol Santander (68° lugar).
Brasileiras – Não há empresas brasileiras entre as 100 marcas mais valiosas. "Várias companhias brasileiras poderiam entrar para o ranking de acordo com o valor da marca, entretanto, elas precisam avançar em outros quesitos", disse Penido. É preciso que a empresa tenha um terço de sua receita fora do local de origem e deve ser lembrada por pessoas em qualquer lugar do mundo, mesmo fora do seu setor de atuação. Vale e Petrobras são fortes candidatas a entrar no ranking por conta da atuação em outros países, porém, as duas companhias são pouco conhecidas fora de suas atividades. Já o Itaú Unibanco atingiu o valor de marca necessário, mas não possui presença global. Diferentemente da Alpargatas. "A fabricante das Havaianas tem presença mundialmente reconhecida e sua receita tem forte contribuição de outros países, mas ainda não atingiu o valor mínimo para entrar no ranking", conta Penido.
Luxo – De acordo com o diretor da Interbrand, o mercado de luxo vem crescendo em valor de marca. A fabricante de bolsas Louis Vuitton ganhou a 18ª colocação, seguida por Gucci (39°), Hermès (66°), Cartier (70°), Tiffany (73°), Moët & Chandon (77°), Armani (93°) e Burberry (95°). "Todas as empresas de luxo que aparecem no levantamento da Interbrand obtiveram esse incremento ao alavancarem sua condição de ícone e, simultaneamente, engajaram novos consumidores em experiências únicas e significativas", explica Penido.
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