O que fica após o UFC Rio 2

18/01/2012

Mais um UFC realizado no Brasil e mais dias repletos de assuntos, polêmicas, lições, discussões.

Abaixo, apenas uma pequena lista com algumas impressões. O que vocês acaharam do segundo Ultimate na Cidade Maravilhosa. Opinem!



Jones: boa praça (Foto: Eduardo Ferreira/Tatame)

O que vale (mesmo) são boas lutas


De modo geral, muita gente torceu o nariz para o UFC Rio 2. Eu mesmo fui um dos que tinham ressalvas com a volta precoce para a cidade e os desafios com atletas que já haviam participado da edição anterior, há apenas cinco meses. Além disso, bastidores e programações pré-luta também não tiveram o mesmo apelo e carisma do outro Ultimate em terras cariocas.
Mas o evento do sábado à noite mostrou novamente que, para superar qualquer expectativa negativa, bastam boas lutas. As preliminares aqueceram pra valer e o card principal teve resultado polêmico, nocaute eletrizante, finalizações variadas e torcida novamente inflamada. Um dos mais agitados e imprevisíveis dos últimos tempos.

Jon Jones, quase carioca

O campeão meio-pesado é 'o cara' a ser vencido atualmente no UFC, deve ter chegado ao Brasil receoso com a recepção por ter vencido recentemente os ídolos locais Maurício Shogun e Lyoto Machida. Mas logo percebeu que não seria bem assim. Foi solícito e simpático com os (muitos) fãs no HSBC Arena e eventos que participou (de desfile de moda à baile funk).  Também vestiu a camisa da Seleção e fez a média necessária.  Pelo menos deixou a melhor das impressões como 'boa praça'.

Galvão Bueno, de novo

O narrador mais polêmico do Brasil novamente esteve na berlinda. Foi ovacionado - só que ao contrário - por quase 16 mil pessoas quando apareceu em uma das salas de imprensa do HSBC Arena para a transmissão da Globo.
Mandou mais pérolas, como "Vitor Silva" (errou momentaenamente o nome de Belfort) e "tentou  aplicar um Anderson Silva" (sobre o lutador que havia executado chute frontal). Mesmo pouco bem-vindo entre os fãs radicais, Galvão fatalmente se transformou em mais um personagem do MMA brasileiro. Leve em consideração apenas no bom humor.

Do contra

Concordo que o MMA é um esporte rústico e totalmente passível de discussão no quesito violência. Há ainda muita gente radicalmente contra, mas que também não entende - e nem quer  saber - que a modalidade é praticada por profissionais treinados e bem preparados.
Polêmicas assim acontecem desde sempre, com todas as modalidades de esportes de combate em destaque. Mas garanto também, que os companheiros de mídia que cobrem o assunto há anos estão sempre dispostos para troca de ideias democráticas com relação a qualquer aspecto do esporte. Quem só quer espinafrar, parece não ter embasamento necessário, e muitas vezes só o faz para aparecer em mídias sociais.

Frases de efeito de Belfort

Pela primeira vez, Vitor faria um combate de MMA dentro da terra-natal. A motivação do carioca era grande... mas as metáforas também. O atleta repetiu diversas vezes em entrevistas frases de efeito como "O futuro é um cheque pré-data, o presente é dinheiro na mão", além de contar (também muitas vezes) uma história da primeira entrevista da carreira:
"Me perguntaram: o que você faria se batessem no seu carro? Disse que nada. Ia apenas pedir pro cara pagar. Se fosse assim, se batessem no carro do (cantor italiano) Pavarotti, ele teria de cantar uma ópera também", disse.
Tá certo que as perguntas de muitos jornalistas eram sempre as mesmas. Ficou no 'elas por elas'.

Toquinho

Muita gente quer tratar Rousimar Toquinho Palhares como um tipo de 'Adilson Maguila' do MMA, só porque o lutador mineiro - que já foi morador de rua e trabalhador na roça -, é tímido e avesso ao assédio da mídia. Bobagem. Dentro do octógono, Toquinho foi novamente um monstro e se firma cada vez mais como grande mestre nas finalizações. É o que vale.

MMA x futebol (pela 37968ª vez)

Já disse em outros posts minha opinião sobre os perigos da mistura ultrapassar o tom de patrocínio e descambar para rivalidades passionais e semelhantes aos de torcidas organizadas.
Ainda há todo um clima insistente para incitar disputas com base em times patrocinadores adversários. E os lutadores, inflamados pelo ambiente de competitividade extrema pré-luta, caem nessa até de forma inocente. Só lembrando que pretendem fazer outro UFC no Brasil em maio ou junho deste ano, em algum estádio de futebol. Vai ser 'tiro no pé' se isso não mudar.

Socos e polêmicas

Erick Silva foi desclassificado do combate contra Carlo Prater por socos ilegais (na nuca). O fato gerou polêmica e o lance foi repassado várias vezes nos telões do HSBC Arena. Aparentemente, apenas um golpe atingiu a nuca de Prater.
Não dá para condenar totalmente a atitude do árbitro Mario Yamazaki (que manteve a derrota para Silva),  que tomou a decisão em um milésimo de segundo. Como tudo ficou na margem da dúvida, a cúpula da organização estuda seriamente usar mais os replays e outros recursos tecnológicos para sanar dúvidas nos próximos eventos.

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