60% dos turistas chegam de carro!

10/01/2013

Se o som da buzina reproduzisse a língua dos turistas, o trânsito de Florianópolis multiplicaria sotaques. A ideia de estar na Ilha entre janeiro e março anima, a cada temporada, uma quantidade maior de estrangeiros e brasileiros de regiões diferentes. Em cinco anos, o número de visitantes aumentou 99,3% — passou de 780 mil para 1,55 milhão (triplicando a população da Capital catarinense). E, segundo pesquisa da Santur, mais da metade deles vêm de carro.

A reportagem do Diário Catarinense percorreu as principais vias de acesso às praias e comprovou: foram flagrados pelo menos cem veículos com placas de cidades diferentes. A maioria vem da Argentina e do Rio Grande do Sul.

Valdir Walendowsky, presidente da Santur, explica a invasão motorizada com um taxativo "fácil e mais barato". Nesses dois principais emissores de turistas, a distância que se precisa percorrer até Florianópolis não é muito longa e os custos com o combustível costumam pesar bem menos no bolso do que os gastos com passagens aéreas para todos os ocupantes do carro.

O problema é que se o preço da comodidade for calculado com o relógio, perde-se tempo. E a explicação é óbvia, com a chegada dos turistas aumenta o número de veículos, mas o espaço nas vias permanece o mesmo. Resultado: trânsito lento, filas, congestionamento. Do centrinho da Lagoa da Conceição até a Praia Mole ou a Joaquina, que tem menos de oito quilômetros, nos horários de pico pode se levar até quatro horas. Em direção ao Sul da Ilha, na SC-405, a terceira faixa, reversível, não dá conta da demanda e para o Norte, nem quem trafega pela pista duplicada da SC-401 escapa da lentidão.




— A tendência é que, a cada temporada, o trânsito fique ainda mais pesado. No verão passado trabalhávamos na SC-401 com uma demanda de 60 mil veículos por dia, agora já estamos falando em 90 mil veículos por dia — diz o major da Polícia Militar Rodoviária, Fábio Martins.

O discurso se maximiza na alta temporada, mas segundo o doutor em Urbanismo e professor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Elson Manoel Pereira, não dá para dizer que se sustente com esse único argumento. Em Florianópolis, a frota cresceu mais do que a população.

0 comentários:

Postar um comentário

Deixe seu comentário abaixo: